
Fernando Brandão
Fraturas e luxações da clavícula: lesões frequentes em ciclistas
Atualizado: 16 de mai. de 2020
Fraturas e luxações da clavícula têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil. A maior utilização de bicicletas na prática esportiva e como meio de transporte contribuiu para o aumento do número de lesões, que são responsáveis pelo afastamento profissional e da prática esportiva por tempo prolongado.
A clavícula apresenta algumas particularidades que a tornam vulneráveis a lesões traumáticas. A primeira é a ausência de uma cobertura muscular adequada, situando-se logo abaixo da pele em toda sua extensão. A segunda é a posição que ocupa no ombro, representando a única conexão óssea entre o tronco e o membro superior. As fraturas ocorrem, na maioria das vezes, por trauma direto da região lateral do ombro contra o solo, causando falha óssea por compressão e angulação.
A fratura da porção central da clavícula é a mais frequente. Em geral, o paciente sente dor aguda no momento do trauma e nota algum grau de deformidade ou aumento de volume sobre a clavícula. Em qualquer suspeita, deve ser procurado um pronto-socorro para o diagnóstico adequado, que é realizado com radiografia. Em poucos casos, é necessário a realização de ressonância magnética ou ultrassom para a avaliação de lesões tendíneas ou ligamentares.
O tratamento da fratura da clavícula é bastante variável e sujeito a algumas controvérsias. Classicamente, o tratamento não cirúrgico era utilizado pela maioria dos ortopedistas. No entanto, o risco de não consolidação da fratura e a necessidade de retorno mais precoce às atividades físicas fez com que a escolha pela cirurgia tenha aumentado significativamente nos últimos anos.
