Fernando Brandão • 19 de abril de 2019

O nervo radial origina-se no plexo braquial, o complexo de nervos responsável pela inervação de todo o membro superior


O nervo faz um trajeto posterior ao úmero, em contato próximo ao osso. A mais ou menos 10 cm do cotovelo, faz um trajeto em espiral ao redor do úmero, cruzando para a região anterior-lateral do braço, onde fica mais suscetível a lesões quando ocorrem fraturas. 

Anatomia do nervo radial no braço

O nervo radial é responsável pela ativação do tríceps braquial e dos músculos que fazem a extensão do punho e dos dedos (braquioradial, extensor comum dos dedos, extensor do polegar, entre outros) e é responsável pela sensibilidade da região dorsal do antebraço e do dorso da mão próximo ao polegar.

A fratura da diáfise do úmero ocorre principalmente em traumas torcionais de média ou alta energia e traumas diretos de alta energia, como acidentes, quedas e agressões. Costuma apresentar fragmentação com dois ou mais fragmentos acometidos. O diagnóstico costuma ser bastante evidente pela deformidade do braço e dor intensa no momento da fratura

Quando ocorre lesão do nervo radial, existe perda de força para extensão do punho e dos dedos, incluindo o polegar, levando à posição de "mão caída", além de perda de sensibilidade no dorso da mão na região da primeira comissura (espaço entre o polegar e o indicador). É importante a realização de exame neurológico completo para detectar essas alterações.

As funções dos outros dois principais nervos do membro superior, nervos mediano e ulnar, costumam estar preservadas. Por isso, geralmente os movimentos de flexão dos dedos, oponência do polegar (movimento de pinça) e abdução (afastamento) dos dedos estão preservados.

Em 30 a 50% dos casos a lesão do nervo radial é parcial, preservando o movimento de extensão do punho e dos dedos com força reduzida

Dependendo da abordagem inicial, pode ocorrer a chamada lesão secundária do nervo radial, quando a lesão do nervo ocorre durante o tratamento da fratura, na manipulação fechada ou cirúrgica. A lesão secundária é responsável por até 20% dos casos. A lesão secundária pode ocorrer mesmo no tratamento realizado de forma correta, quando o nervo está interposto no foco da fratura.

Estudos demonstram recuperação entre 40 e 85% das lesões primárias, que ocorrem no momento da fratura, e acima de 90% nas lesões secundárias (ocorridas durante o tratamento).

Conheça o Profissional

Dr. Fernando Brandão de Andrade e Silva

CRM-SP: 112045

  • Graduação em medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
  • Especialista em cirurgia do ombro e cotovelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP (IOT-HCFMUSP).
  • Doutorado em Ortopedia pelo Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FMUSP (DOT-FMUSP).
  • ​Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT).
  • ​Título de especialista em cirurgia do ombro e cotovelo pela Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC).
  • ​Médico do Grupo de Ombro e Cotovelo do Hospital da Clínicas da USP. Atuação na área de ensino e pesquisa.
  • ​Dr Fernando atua no tratamento das lesões do ombro e cotovelo, há mais de 15 anos, e desenvolve pesquisas na área, no Departamento de Ortopedia da USP.
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